Tecnologia para baterias mais eficientes pode estar perto da realidade

John Goodenough, co-inventor das baterias de lítio, pode ter inventado nova tecnologia para substituir os íons de lítio no interior das baterias (Foto: Divulgação/Universidade do Texas)
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Baterias mais seguras e com maior eficiência podem estar bem próximas do cotidiano do consumidor, graças aos resultados de uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Desenvolvida com a participação de John Goodenough, cientista com contribuição decisiva na aplicação do lítio nas baterias atuais, a pesquisa propõe o uso de baterias de estado sólido, que eliminariam uma série de problemas relacionados com a tecnologia atual, que usa lítio. Os resultados do estudo já estão patenteados, o que significa que a tecnologia está amadurecida a ponto de ser viável comercialmente.

A bateria de estado sólido recebe este nome porque, ao contrário dos íons lítio nos componentes que usamos hoje, o eletrólito (meio em que a energia flui no interior da bateria), ela usa um eletrólito sólido, nesse caso um tipo de vidro. No resumo, as baterias de estado sólido serão mais seguras, eficientes e sustentáveis do que aquelas usadas atualmente.

Essa diferença é uma chave para entender porque baterias de estado sólido prometem maior segurança do que aquelas que usam lítio. Como o meio é sólido, e não fluído, acidentes com rompimentos das células da bateria, que podem provocar incêndios e explosões, seriam impossíveis.

Outro fator relevante da nova tecnologia está na capacidade energética das baterias. De acordo com os inventores, a bateria de estado sólido leva vantagem sobre uma rival de lítio com tamanho idêntico: a unidade de estado sólido teria capacidade três vezes maior. Segundo os cientistas, a nova tecnologia também permite que as baterias tenham boa durabilidade, atingindo 1.200 ciclos de recarga sem desgaste perceptível.

Isso significa que as baterias de estado sólido contam com o triplo de densidade em suas células (relação de capacidade energética por volume). O resultado disso seria a possibilidade de aplicação em uma série de dispositivos, com resultados interessantes na usabilidade (notebooks e celulares, por exemplo, poderiam ser mais leves sem sacrifício de autonomia), drones poderiam voar por mais tempo e automóveis elétricos teriam aumentos consideráveis na autonomia, um dos pontos fracos que limita a adoção dos carros elétricos atualmente.

Outro efeito positivo de uma eventual adoção das baterias de estado sólido está no fato de que, ao contrário das que usam íons de lítio, essa nova geração dependeria de matérias-primas mais abundantes e cujo processo de extração é muito menos agressivo ao meio-ambiente do que a extração das terras raras usadas nas baterias de lítio.

 

Fonte: www.techtudo.com.br