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O Brasil fechou o ano de 2020 com 234 milhões de acessos móveis, segundo relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O total representou um aumento de 7,39 milhões em relação a 2019, o equivalente a 3,26%. As informações fazem parte do Relatório de Acompanhamento do Setor de Telecomunicações – Telefonia Móvel referente a 2020. A publicação avalia o desenvolvimento da telefonia móvel no Brasil a partir da análise das quatro maiores prestadoras do serviço, que representam 96,9% do total de acessos.
O Relatório apresenta dados nacionais e recortes por Unidade da Federação, prestadora, tecnologia, tipo de produto e modalidade de cobrança, destacando a variação entre 2019 e 2020 e os efeitos da pandemia de Covid-19 nos números da telefonia móvel. O documento contém, ainda, dados da empresa Opensignal sobre métricas de experiência em redes móveis que apontam a satisfação dos usuários durante o uso de serviços de streaming de vídeo, jogos mobile multiplayer, aplicativos de voz (como WhatsApp e Skype), taxas de download e de upload e disponibilidade de 4G.
De acordo com o Relatório, no final de 2020 o Brasil contava com 234,07 milhões de acessos móveis. Na comparação com dezembro de 2019, houve aumento de 7,39 milhões de acessos, o equivalente a 3,26%. Desde 2015 o mercado brasileiro registrava redução no número de acessos móveis, mas a partir de julho de 2020, todos os meses apresentaram crescimento nesse indicador.
A pandemia de Covid-19 é uma das possíveis explicações para esse incremento: a transferência de atividades para o ambiente virtual resultou em aumento na compra de dispositivos de acesso à internet e muitos celulares já são vendidos atrelados à contratação de novos planos.
O coronavírus influenciou também o ritmo de substituição dos acessos pré-pagos pelos pós-pagos. A expectativa da Anatel – baseada em tendência registrada nos últimos anos – era de que a maioria dos acessos fosse pós-paga já no início de 2020, o que só foi registrado no mês de setembro. Devido aos impactos econômicos da pandemia, consumidores preferiram acessos pré-pagos, que têm custo mais controlável.
A densidade da telefonia móvel fechou o ano de 2020 em 97,20 acessos para cada grupo de 100 habitantes, aumento de 1,11% em relação ao exercício anterior. Todos os estados apresentaram aumento do indicador na comparação com 2019, à exceção de Goiás e Tocantins. As regiões Centro-Oeste (102,02) e Sudeste (105,71) possuíam, no final do exercício, densidade superior a 100, ou seja, mais que um acesso por habitante.
Em todas as Unidades da Federação o percentual de população coberta nas áreas urbanas era superior a 94%. As rodovias federais somavam 53.944 quilômetros no final do exercício e 46,4% deles – o equivalente a 25.030 mil quilômetros de malha viária – contavam com cobertura de tecnologia 3G ou 4G. Em quatro unidades da Federação, o atendimento alcançava mais de 80% das rodovias federais: São Paulo (91,6%), Distrito Federal (87,4%), Rio de Janeiro (85,1%) e Sergipe (83,1%).
A composição do mercado (market share) da telefonia móvel também é objeto de avaliação no Relatório. Em dezembro de 2020, a Vivo seguia como líder do mercado, seguida por Claro – empresa que mais ganhou clientes no exercício – e Tim.
A concentração do mercado é medida pelo índice Herfindahl-Hirschiman (HHI), que varia de 0 até o máximo de 1 (em um mercado monopolista). No final de 2020, o indicador da telefonia móvel era de 0,2518. Entre as metas estratégicas da Anatel está a manutenção do HHI abaixo de 0,3594. Nacionalmente, esse índice tem se mantido por volta de 0,2500 nos últimos dez anos, mas com importantes variações estaduais: a maior concentração de mercado era registrada no Espírito Santo, com HHI de 0,5382; o Rio de Janeiro, com HHI de 0,2348, possuía a menor concentração.
As receitas operacionais da telefonia móvel sofreram queda nos dois primeiros trimestres de 2020 e apresentaram um início de recuperação no terceiro trimestre. A receita decorrente do tráfego de dados foi a maior dos últimos três anos, somando R$ 14,13 bilhões, mais que o triplo da receita decorrente dos serviços de voz, que totalizou R$ 4,08 bilhões.
Apesar do aumento da base de assinantes, não houve degradação da qualidade do serviço prestado pelas quatro maiores empresas de telefonia móvel, que se manteve em torno de 80%. Além disso, as operadoras conseguiram reduzir, ao longo de 2020, o índice de reclamações.
FONTE: TI INSIDE