Impressão 3D salvando vidas em tempos de COVID-19
Uma impressora pode salvar uma vida? Se for impressão 3D, pode. Na Itália essa tecnologia foi usada para suprir peças críticas para um hospital
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Impressão 3D, a princípio, não parece ter muito a ver com microbiologia e a única forma de uma impressora 3D matar um vírus é de tédio, mas na Itália essa tecnologia está sendo literalmente vital para um monte de gente.
Embora nosso amigo Coronga nos dê a intimidade, ele tem um nome mais formal. Não, não é COVID-19. Esse é o nome da doença que ele causa. O vírus em si é o SARS-CoV-2, ou mais formalmente, Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2. E aqui as palavras-chavesão "Síndrome Respiratória Aguda Severa". Se a coisa é Aguda E Severa é sinal de que o bicho pega.
Insuficiência respiratória é a maior causa mortis dos pacientes com COVID-19 e nem de longe é a melhor forma de morrer, mesmo não comparando com a ideia do Tyrion. Isso é evitado, ou pelo menos minimizado em hospitais através de respiradores, equipamentos ligados nas linhas de Oxigênio.
Essas chamadas Máscaras Venturi misturam o Oxigênio puro das linhas do hospital com o ar ambiente, criando um ar mais oxigenado (acima dos 21% naturais) mas sem chegar a 100%, o que pode ser ruim.
Essas máscara usam uma válvula especial para fazer essa mistura de ar, mas entre os trabalhos de cuidar dos pacientes, tira máscara, bota máscara, a válvula acaba quebrando, e como a Itália já entrou em colapso no sistema de saúde, não há máscaras sobrando. Pior, o hospital em Brescia, uma das regiões mais afetadas, descobriu que seu fornecedor não consegue entregar novas máscaras e válvulas com agilidade suficiente.
Desesperados, começaram a buscar alternativas, chegaram a uma empresa de impressão 3D chamada Isinnova (não confundir com aquele youtuber cearense). Problema explicado, perguntaram se era possível pensarem em alguma solução. Cristian Fracassi, CEO da empresa não pensou foi em nada. Enfiou uma impressora 3D no carro, correu para o hospital e lá estudou o problema.
Não foi muito complicado replicar o design da tal válvula e, em algumas horas, tinham uma nova impressa em 3D. No dia seguinte, dez pacientes já estavam usando as novas válvulas, e uma outra empresa, utilizando tecnologia de impressão 3D Laser por camadas disponibilizou seus serviços e começaram a produzir uma versão mais refinada, em grande quantidade.
Nós vimos aqui uma tempestade perfeita, uma necessidade extrema, gente criativa a ponto de pensar fora da caixa e ir buscar ajuda em área completamente fora de sua zona de conhecimento. Do outro lado, geeks com imaginação e senso de dever, dispostos a ajudar em um momento crítico, colocando seus conhecimentos a serviço do bem maior.